segunda-feira, 30 de abril de 2007

110 anos de Pixinguinha

Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973)
Em comemoração ao aniversário de Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, e o Dia Nacional do Choro, é possível ouvir no site do Instituto Moreira Salles, centenas de discos do compositor, ver fotografias e informações de partituras do autor de Carinhoso e Rosa.

O IMS organizou, ainda, uma exposição com imagens, documentos, instrumentos musicais e objetos reunidos pela família e preservados pelo IMS, em nosso centro cultural carioca. A mostra será exibida no IMS-RJ (Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, Rio de Janeiro) entre 10 de abril e 1 de julho de 2007

A foto do célebre compositor carioca mostrada neste post pertence ao acervo da Biblioteca Nacional. Clique aqui para visitar o site do IMS.

Ernesto Nazareth: Retratos

Ernesto Nazareth (1863-1934) - Foto da coleção da Biblioteca Nacional
Entrou em veiculação na TV, o comercial "Retratos" com a música "Apanhei-te Cavaquinho" do compositor carioca Ernesto Nazareth - que ganhou letra sob medida para o filme. Sabe-se que é o primeiro comercial com uma composição de Nazareth...

A criação é de Augusto Moya e Fabio Saboya, com direção de Criação de Sérgio Valente, Julio Andery e dos próprios Saboya e Moya da DM9DDB. A foto do compositor mostrada neste post pertence ao acervo da Biblioteca Nacional.

Clique aqui para assistir o filme.

domingo, 29 de abril de 2007

Pattápio Silva: 100 Anos

Pattápio Silva (1881-1907). Fonte: Coleção Brício de Abreu (FBN)
No dia 24 de abril completaram-se cem anos do falecimento de Pattápio Silva (1881-1907), assim, fazemos uma pequena homenagem ao jovem instrumentista e compositor apresentando neste blog sua foto (1) e gravações (2) de músicas de sua autoria e de outros compositores que interpretou.

As gravações foram feitas pela Casa Edison de Frederico Figner, nos primeiros anos do século XX. Quem desejar saber mais sobre o assunto deve ler o livro A Casa Edison e Seu Tempo de Humberto M. Franceschi (3).

Da lavra de Pattápio destacamos as composições Primeiro Amor - Valsa, Op.4, Serata d'Amore - Romanza, Op. 2, Margarida - Mazurca, Op. 3, Sonho - Romance Fantasia, Op. 5, Zinha - Polca, Op. 8, Amor Perdido - Valsa, Op. 9.

De outros compositores que o flautista interpretou relacionamos Alvorada das Rosas de Júlio Reis, Só para Moer de Viriato Figueira da Silva (4), Zamacueca de José Withe, Serenata Oriental, Op. 70 de Ernesto Köhler, La Serenata (Lègende Valaque) de Gaetano Braga, Allegro de Adolf Terschak, Variações de Flauta (Concert Fantasie, Op. 382 de Wilhelme Popp, e as populares Serenata de Schubert e Valsa Op. 64 de Chopin.

Relação das músicas que fazem parte desta compilação:

Primeiro Amor
Alvorada das Rosas
Variações de Flauta
Allegro
Noturno Nº 1
Só Para Moer
Serata d'Amore - Romanza, Op. 2
Serenata Oriental
Sonho
Serenata de Schubert
Serenata de Braga
Margarida
Valsa Opus 64
Zamacueca
Noturno Nº 2
Amor Perdido
Zinha

Algumas das partituras das gravações desta coletânea podem ser consultadas no álbum de partituras O Livro de Pattápio Silva (5). Finalmente, uma palavra sobre os dois noturnos que fazem parte da compilação: segundo nota no livro de partituras supracitado, os noturnos foram gravados pelo violonista Serpa, não se sabe quem foi o pianista que os acompanhou, mas, verificou-se que as peças não são de F. Chopin, conforme foi previamente divulgado. Este disco é considerado o mais raro das gravações de Pattápio.

Clique aqui para baixar a coletânea das gravações originais (não remasterizadas). As gravações foram postadas exclusivamente para fins de estudo e pesquisa musical pelos visitantes do blog.

Notas: (1) acervo Brício de Abreu, FBN; (2) acervos H. Franceschi e J. R. Tinhorão, IMS; (3) A Casa Edison e Seu Tempo / Humberto Moraes Franceschi, - Rio de Janeiro : Sarapui, 2002, 312p; (4) famoso flautista carioca. Posteriormente recebeu versos de Catulo da Paixão Cearense, sob o título "Não Vê-la Mais"; (5) O livro de Pattápio Silva : obra completa para flauta e piano / coordenação de Maria José Carrasqueira. -- São Paulo : Irmãos Vitale, 2001. -- (Coleção João Dias Carrasqueira. Série régia música ; v. 1).

P.S. - clique aqui para baixar a dissertação de mestrado de Carmen Silvia Garcia sobre Pattápio Silva.

sábado, 28 de abril de 2007

Eudóxia de Barros: Ouro Sobre Azul (1963)


Fonte da foto de Eudóxia de Barros: www.cultura.ma.gov.br Artigo do musicólogo Andrade Muricy, do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, escrito em 25 de setembro de 1963 por ocasião do lançamento do LP “Ouro Sobre Azul”. comemorativo do nascimento de Ernesto Nazareth (1863-1934), onde a pianista Eudóxia de Barros interpreta composições do célebre músico carioca.

Encontramos o texto reproduzido abaixo no site da pianista (1).


(transcrição do artigo)


...Coube-me, também, apresentar em primeiro lançamento no Rio de Janeiro, o disco intitulado “Ouro Sobre Azul”, Músicas de Ernesto Nazareth, na Interpretação de Eudóxia de Barros, Chantecler Internacional, HI-FI, CMG 1017.


(lista das músicas)


Lado 1:

”Ouro Sobre Azul” (tango)
“Sarambeque” (tango)

“Elegantíssima”(Valsa Capricho)

“Tenebroso” (tango)
“Labirinto”(tango)

“Coração que Sente”(Valsa)
“Fon-Fon” (tango)

“Bambino” (tango)

Lado 2:

“Batuque”(batuque)
“Apanhei-te Cavaquinho” (tango)

“Confidências” (valsa)

“Carioca” (tango)

“Escorregando” (tango)

“Duvidoso” (tango)

”Eponina” (valsa)

“Odeon” (tango)

“Brejeiro”(tango)

Vem enriquecido por uma nota esclarecedora, da autoria de um dos maiores conhecedores da obra de Nazareth, Mozart de Araújo.

Primeira característica que traz esse disco: uma intérprete de elevada classe (uma das maiores pianistas jovens do Brasil de hoje), Eudóxia de Barros. Vem da mesma terra que deu Antonietta Rudge, Guiomar Novaes, Souza Lima, Yara Bernette, Ana Stela Schic: São Paulo.

O seu merecimento excepcional foi-me revelado quando aqui esteve para interpretar um programa inteiramente composto de produções dos alunos de composição de Camargo Guarnieri. Exteriorizou aquelas obras juvenis de cór, e como se as tivesse por definitivamente integradas ao seu repertório: a sério. Mais tarde, gravou em disco (que não pude ouvir) esse programa.

Também excelente, a sua execução do 2º Concerto para Piano e Orquestra, de Camargo Guarnieri (Orquestra Sinfônica Brasileira, regência do autor, Ricordi SRE-4).

Quando me constou que a ilustre jovem artista iria gravar obras de Nazareth, não me surpreendeu, nem me assustou que viesse a ter êxito. A sua compreensão da música brasileira evidenciada ao interpretar os discípulos daquela “posteridade” a que me referira ao tratar da obra do Padre Jaime Diniz. Afinal, nem todos podem ter ouvido Nazareth tocar, ou mesmo os grandes intérpretes seus contemporâneos.

Sabemos que Nazareth dominava uma escritura sem par entre todos os compositores populares do Brasil, e mesmo - afirmo-o até que me apresentem prova em contrário - do mundo. Ainda assim, como sentiu e escreveu Darius Milhaud, havia muito de “insaisisable” em sua execução de suas próprias músicas, querdizer: algo que não conseguia notar. Morto Nazareth, e alguns dos seus contemporâneos, como Hemrique Vogeler, o que aí está são os seus textos, e com eles tem de se haver os intérpretes. Eu vinha observando que os pianeiros, quase todos, não mais podiam executar Nazareth. Abra-se exceção para Carolina Cardoso de Menezes. Eram os pianistas de classe, de há muito, que o faziam: Arnaldo Rebello, Mignone, Radamés Gnattali, Mário de Azevedo, Aloysio de Alencar Pinto (2): mais recentemente Homero de Magalhães, Gerardo Parente, Murilo Tertuliano dos Santos, outros ainda. Desses, alguns aproximam-se mais da aludida “tradição”; outros, chegaram a dar versões sem dúvida válidas e interessantes, porém distanciadas da ortodoxia nazarethiana.

Eudóxia de Barros trazia para esta sua performance a sua admirável técnica, a sua enorme capacidade de estudo (- todas as suas músicas são minuciosamente dedilhadas e anotadas, como pude ver-), o seu temperamento vivaz, a sua inteligência musical rara. Antes que gravasse aquele elenco nazarethiano, ouvi executá-lo, na Ricordi, em São Paulo. Convenceu-me. Esta gravação é um modelo de limpidez; de domínio técnico; de vibratilidade: de achados de sonoridade, por vezes, como nos graves do “Batuque”, quase sempre percutidos duramente, e aos quais Eudóxia de Barros dá um eficaz tratamento por meio do pedal e das teclas somente abaixadas. Impressionante, a segurança dos seus baixos, portanto da rítmica nazarethiana, tão rica e empolgante: a admirável regularidade do acompanhamento de viola, em “Apanhei-te Cavaquinho” e“Ameno Resedá”.

Três das peças sobrelevam a meu ver, as demais em adequação da grande técnica, revelando a superioridade, nesse terreno de Nazareth até mesmo comparado com muitos compositores eruditos, ao sentido musical não somente instintivo, porém pensado, e eminentemente artístico, da substância musical: a valsa “Confidências”; o tango carioquíssimo “Carioca”; a mais perfeita das valsas de Nazareth: “Eponina”.

Na 1a. face: “Tenebroso”, o rei dos “tangos brasileiros”, um dos mais belos noturnos violoneiros jamais escrito. Questão de preferência, porquanto tudo está ali realizado com clareza e sentimento. Na discografia nazarethiana, em que sobram os arranjos, e os acompanhamentos espúrios, este disco da Chantecler toma importância didática: é do Nazareth sem acréscimos, nem ornamentos banalizadores.

Compreende-se que a ilustre educadora Eulina de Nazareth tenha querido assistir de pé a primeira audição desse disco. Discursando, após, celebrou o seu aparecimento, bem como agradeceu ao novo Acadêmico, Padre Jaime Diniz, a preciosa homenagem à obra do seu eminente Pai, representada pelo seu excelente livro (3).

Notas:

1 - Fonte: site da pianista
2-
pianista, compositor e musicólogo, nascido em Fortaleza, em 1911, talvez hoje a única pessoa viva que conheceu Ernesto Nazareth;
3 - Pe. Jaime Diniz. "Nazareth: estudos analíticos". Recife: DECA, 1963.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

E. A. MacDowell: Peças para Piano

Edward Alexander MacDowell(1860-1908), pianista e compositor americano muito popular em sua época, foi um dos primeiros compositores norte-americanos que alcançou fama internacional. Estudou no Conservatório de Paris, estudou piano com o professor Siegmund Lebert, no Conservatório de Stuttgart. Lebert foi autor de um célebre
"Grande Mëthode du Piano" (1) e foi professor da pianista brasileira Guiomar Novaes (2). Posteriormente, estudou composição e teoria musical com KarlHeymann (3) no Conservatório de Hoch, em Frankfurt, onde recebeu lições de composição com Joachim Raff. Ele foi encorajado por Franz Liszt durante os anos que passou na Europa até seu retorno aos Estados Unidos em 1888, onde obteve sucesso como professor, pianista e compositor, exercendo a função de primeiro Professor e fundador do Departamento de Música da Universidade de Columbia, cargo que manteve até 1904, poucos anos antes de seu falecimento por problemas mentais. MacDowell escreveu muitas peças para piano solo, inspiradas nos contos de fadas, na natureza, e em particular, na zona rural da Nova Inglaterra. Encontramos 123 referências a composições de MacDowell no catálogo da biblioteca da Universidade de Columbia. A primeira das quatro sonatas de MacDowell para piano, Sonata Tragica, Opus 45 em Sol Menor, foi composta em 1892/1893 e a avant-premiére ocorreu em 1893, Chickering Hall em Boston, tendo como solista o próprio compositor. A sonata foi apresentada em NYC (1895) no Madison Square Garden Concert Hall, e foi publicada pela primeira vez (1893) por Breitkopf & Hartel de Leipzig.

A coleção de partituras de MacDowell apresentadas por ePartitura não estão disponíveis em antologias impressas de sua obra e foram colocadas em domínio publico por bibliotecas de música norte-americanas. Clique em Parte 1, Parte 2 e Parte 3 para baixar as partituras da Coleção Wellesley College. Clique aqui para baixar as partituras das outras coleções.

I -Bibliografia: Naxos; Wellesley College, Columbia University.
II- Fonte das partituras: Coleção Wellesley College; outras coleções norte-americanas encontradas nas universidades norte-americanas de Indiana, Duke e Rochester.
III -Fonte da fotografia do compositor: Biblioteca do Congresso Americano.
IV - Notas:
(1) cfe. José da Veiga Oliveira;
(2) cfe. José da Veiga Oliveira;
(3) encontramos esta composição dele: Elfenspiel, Etude in E major no CD Welte-Mignon Piano Rolls, Vol. 3 (1905-1926), na NAXOS.
Advertência: as partituras e imagens incluidas neste blog econtram-se em Domínio Público, contudo o autor do blog encoraja o seu uso privado e apenas para fins de pesquisas escolares e educacionais, sem objetivo de lucro.

sábado, 14 de abril de 2007

F. Chopin: 2 Valsas para Piano


Frédéric François Chopin (1810-49), dedicou grande parte de sua obra ao piano, sendo impossível falar sobre o repertório pianístico sem menciona-lo. Outrossim, o compositor exerceu influência na obra de Ernesto Nazareth (1863-1934) que apreciava muito suas composições. A propósito, Cacá Machado no primeiro capítulo da sua tese de doutorado (USP), que pode ser consultada no Instituto Moreira Salles, relata o episódio narrado por Francisco Mignone (1897-1986), que aconteceu durante a passagem de Arthur Rubinstein (1887-1982) pelo Brasil, em 1918, ocasião em que o renomado pianista foi levado ao encontro de Nazareth para ouvir os seus famosos tangos brasileiros, e o compositor, contrariando as expectativas, insistiu em interpretar Chopin para o grande mestre europeu.

As partituras para piano de Valsa para Piano, B. 56, em Mi menor, (obra póstuma), estão disponíveis neste blog em duas edições, ambas publicadas por B. Schott, a primeira impressa em 1868 e a segunda impressa por volta de 1871. Para fazer o download das duas publicações clique aqui.

As partituras de Valsa para Piano, Op. 18, em Mi b, também conhecida como Grande Valsa Brilhante, estão disponíveis, neste blog, em 12 publicações de diversas casas editoras que podem ser consultadas nos textos explicativos anexados aos arquivos com as partituras. Para fazer o download das 12 partituras publicadas clique em Parte 1, Parte 2 e Parte 3.

Fonte das partituras das valsas: Chopin Early Editions - University of Chicago Library, Special Collections Research Center. Fonte da imagem do compositor: NYC Library.

Nota: as partituras e imagens incluidas neste blog econtram-se em Domínio Público, contudo o autor do blog encoraja o seu uso privado e apenas para fins de pesquisas escolares e educacionais, sem objetivo de lucro.